segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

26 - Partilhar a vida.

Frei Pasini
Quando se chega ao fim de ano as lembranças de um tempo que se esvaiu rápido como os grãos de areia na ampulheta parecem nos apontar que fracassamos, que não fizemos grandes progressos, que quebramos promessas logo no início, que não persistimos nos sonhos ou deixamos de realizá-los. Mas nossa vida é feita de alegrias e tristezas, de chegadas e partidas, de esperanças e partilhas. Por isso, há quem diga que uma alegria partilhada é uma alegria duplicada; uma tristeza compartilhada é meia tristeza. Assim, ao terminar o ano, podemos dividir exultante mente as alegrias e silenciosamente as tristezas – essa sensação de ter chegado ao fim sem ter feito bem o início nem vivido plenamente o durante -, pois viver será sempre um crescimento quando nos deixamos cuidar pelo Coração de Deus.

domingo, 30 de dezembro de 2007

25 - Sermão do padre.

(Mario Quintana.)
'Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?'
Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:
Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
Promete saber ser amiga (o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e, portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
Promete se deixar conhecer?
Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher.

Declaro-os maduros!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

24 - Caminhos da vida.

René Juan Trossero
Quando cortas uma flor para ti, começas a perdê-la...
porque murchará em tuas mãos e não se fará semente
para outras primaveras.
Quando aprisionas um passarinho para ti, começas a perdê-lo...
porque não mais cantará no bosque para ti nem criará outros passarinhos em seu ninho.
Quando guardas teu dinheiro, começas a perdê-lo...
porque o dinheiro não vale por si, mas pelo o que com ele se pode fazer.
Quando não arriscas tua liberdade para tê-la, começas a perdê-la...
porque a liberdade que tens se comprova quando te atiras optando e decidindo!
Quando não deixas partir o teu filho para a vida, começas a perdê-lo...
porque nunca o verás voltar para ti livre e maduro.
Aprende no caminho da vida, a paradoxal lição da experiência:
sempre ganhas o que deixas e perdes o que reténs.
Grandes artistas obtiveram o melhor das suas obras nos grandes momentos de aflição e dor. Faça o mesmo: Mostre o que de grande há em você tirando partido das suas decepções!
Construa-se!