sexta-feira, 14 de setembro de 2007

22 - Poesia do Sexo.

Prosa e verso.
Como podem ser tão iguais nas semelhanças e tão diferentes nas diferenças? São essas semelhanças e diferenças entre os homens e mulheres que dão a sensação agradável da surpresa do nunca ter visto e da doce percepção do ter sempre conhecido.
O desejo que ocorre em ambos tem o mesmo nome, mas a percepção intrínseca manifesta-se de modo diferente. O homem sonha com a posse, com o possuir, a mulher sonha com o seduzir, enamorar, se entregar e integrar. Para ele, o imediatismo e a objetividade da realização sexual/posse; para ela, o doce e leve envolver. No universo masculino o tempo futuro não é contabilizado; no feminino, é sempre idealizado.
Nesse doce caminhar simultâneo de semelhanças e diferenças, podemos observar o desenvolvimento do sentimento máximo da vida: o amor.
No crescer dessas sensações de tonalidade afetivo-sexual, o homem manifesta sua excitação de modo explícito e incontestável. Seu pênis enrijece, mostrando para toda humanidade o seu falso poder. Falso, por depender do desejo despertado por uma mulher.
Com sua ereção, torna-se mais carinhoso, aproximando-se muito das características femininas da delicadeza dos gestos, do prazer em acarinhar, do prazer de dar prazer. Sua bolsa escrotal, diminuindo de tamanho, aproxima-se os testículos do corpo, protegendo seus espermatozóides, como uma ave protegendo sua futura prole, dando-lhes o calor indispensável. Reflexo feminino de proteção. Esse seu modo protetor manifesta-se também produzindo uma substância que reveste e prepara a uretra para a passagem de seus espermatozóides.
A manifestação feminina da excitação não é tão perceptível. A mulher produz um líquido lubrificante em sua vagina, preparando-a para receber o pênis. Não o símbolo do poder, mas o portador do prazer e o veículo gerador do amor e da vida. Seu olhar doce se fecha enquanto a boca quente e úmida se abre buscando a integração completa com o par. A posse agora é sua.
O gesto de possuir, de dominar - características masculinas - agora é atributo da mulher. Seus grandes lábios se aplainam e os pequenos, agora túrgidos, afastam-se lateralmente aguardando e desejando a unidade. É a reintegração dos Andróginos da mitologia grega, separados por Zeus. É o reunir da costela Eva com Adão. Os mamilos enrijecidos procuram aproximar-se do ser amado querendo unir todo, não apenas através das cavidades, mas, também, das superfícies. Indicam o caminho e fazem uma ponte de integração. A iniciativa masculina é agora o gesto feminino da aproximação, do contato.
Iniciam um bailado com ritmo lento que vai pouco a pouco evoluindo até alcançar, na mulher, uma explosão de enérgicas contrações musculares vaginais. A alucinante velocidade estaciona num súbito staccato, repleta das contrações rítmicas do prazer orgástico.
No homem, o suave e delicado deslizar do esperma pela uretra, termina em súbita e rítmica expulsão do sêmem.
Prostam-se integrados. Um emitindo o concentrado potencial de vida; o outro, completando esta vida, protegendo, nutrindo e cuidando deste novo gerador do amor. Os braços entrelaçam os corpos e a união é completada interna e externamente no perceptível e no dedutível.
Chega então o relaxamento. Do corpo, do espírito, do psiquismo... É um lento retorno ao real. Um real mais doce, mais pleno de felicidade, mais envolvido com o amor ao ente querido e, inexplicavelmente, ao mundo.
Homem e Mulher. Um único sentimento aproximando e desfazendo as diferenças.
É a poesia do sexo.

domingo, 2 de setembro de 2007

21 - Viver bem.

Mútua-ajuda.
Viver bem .
(Guerdjef)
Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo. Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.
Aprenda a dizer NÃO sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer agradar a todos é um desgaste enorme.
Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso, consciente de que nem tudo depende de você. Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez.
Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir, comer, tomar banho, sem também achar que é o máximo a se conseguir na vida. Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão. Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação. você se exaure.
Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível. No trabalho, em casa, no grupo habitual. Por mais que isso lhe desagrade, tudo anda sem a sua atuação, a não ser, você mesmo. Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos. Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.
Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.
Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os porque são pura perda de tempo e ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.
Família não é você, está junto de você, compõe o seu mundo, mas não é a sua própria identidade. Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso, a trave do movimento e da busca.
É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros. Não adianta estar mais longe. Saiba a hora certa de sair de cena de retirar-se do palco, de deixar a roda. Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta. Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental; escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.
Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo... para quem quer ficar esgotado e perder o melhor. A rigidez é boa na pedra não no homem. A ele cabe firmeza, o que é muito diferente. Uma hora de intenso prazer substitui com folga três horas de sono perdido. O prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.
Não abandone suas três grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé.
Entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente: você é o que se fizer!